"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

segunda-feira, 11 de março de 2013

Meu corpo se escreve em sentimentos estendidos

O meu corpo está escrito na mulher que sou
O depois, já chegou.
Veio na solitude que um dia
Já me apresentava.
No silencio e embriaguez dos passos;
Nem sempre escolhidos a dedos.
Nem sempre preenchendo espaços. 

Estendidas ao longo de mim 

ficaram as mãos, em silenciosa procura
A ler meu corpo vestido
Na cumplicidade com o tempo
(Em seu silêncio ruidoso)
A escrever meu corpo despido,

Tempo dos sentimentos estendidos.

No meu corpo a nudez está escrita
Como um tecido que desnuda nas linhas, 

sua forma transparente.
A amanhecer o tempo de ser, simplesmente.
Ser, sem o medo dos voos debaixo da noite.



quinta-feira, 7 de março de 2013

Direção

As costas doem
O corpo todo dói,
Pela investida teimosia
contrária ao tempo.

Não há direção 
no suposto certo.
Desde sempre rota inversa

Habituo-se ao desalinho.

Da primeira a última vértebra
Da sola aos fios de cabelo
Do que pulsa ao que pensa.

sábado, 2 de março de 2013

Espera


A flor bruta
Em fenda aberta
Os poros sem tato
Secura.
Espera...
Hora dessas chega,
Ou basta.
Dependerá
Se no querer,
Ainda haverá anseio.