E mais uma vez ele chegou e me disse...
“Escuta, tentei tantas vezes, te falei, gritei, acariciei em teus ouvidos, faça, faça isso e você nunca me ouviu, preferiu esse caminho febril.
Agora, pela última vez (talvez) me ouça! Olha aquele caminho é seu. É destino. Terás que seguir sozinha, vá não seja incrédula mais uma vez, não conte, não pense, vá! Haverá lá na frente depois das pedras uma chance, saberá o porquê de quase tudo, vá”.
Ela olhou-me com seus olhos de tristeza, olhar desses que carregam dentro de si a dor. E era essa, a dor, o único sentimento que eu conseguia definir nela, no mais em seu corpo todo, nenhuma pista do que ali se passava, com seus cabelos da cor da noite que me faziam pensar que entre eles corriam todas as linhas de pensamentos nos emaranhados dos fios. E por mais que eu tentasse definir o que ali se passava, não via mais nenhum sinal de qualquer outra expressão. Apenas esses olhos de dor e indefiníveis segredos...
Gritei, então...
“O tempo se esgota, hei me escuta. Não de novo não. Não feche essa porta!!!”
E eu fechei não me sinto preparada, prefiro ficar parada, deixe, ele voltará quem sabe um dia me convença.
Até lá fico aqui com minha sordidez, optando pelo calor da dúvida dos meus medos e segredos, na minha falta de lucidez. Nessa minha loucura que talvez seja sintomas não de um, mas de todos os amores e dores sem cura.
E ouvindo seus passos que já iam distantes, um último pensamento em mim se fez...
"Um dia me pegas ou te pego ou elucido ou enlouqueço de vez."
E ouvindo seus passos que já iam distantes, um último pensamento em mim se fez...
"Um dia me pegas ou te pego ou elucido ou enlouqueço de vez."
19 comentários:
Minha querida Fátima, eu nunca lhe disse isso, qdo leio os seus poemas, não sei pq , eles me vem com uma mesangem espiritual. Ler-te agora na prosa me causa tanto contentamento por saber que vc tem na veia o dom da escrita. Anseio mais e sei que virá. Fico de pé para aplaudi-la. Bjos.
o maior enigma do mundo é o tempo. Ele se esgota e se reconstrói a cada dia. O tempo é valioso e pode acabar a qualquer momento. Devemos aproveitar a vida a intensamente, pois os enigmas do tempo não podem ser compreendidos por nós.
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te convido a visitar o meu infinito particular.
Nada é tão ambíguo como nossa capacidade de amar, de não saber o caminho, de ver, ouvir, encher o coração do que nem sabemos ao certo. Talvez poucos nos compreendam ... ainda não viram que são atitudes de quem um dia amou, de quem um dia perdeu, fechou a porta, mas sempre volta par abrir.
Sopros enigmáticos ...
Lindo, parabéns!
Oi Fátima, o fato de uma frase sugerida não faz de mim co-autor desse texto magnífico. Não há necessidade de me citar, eu que lhe agradeço ter partilhado comigo o texto antes da publicação. Bjos, bom finde.
Minha querida
Um belo texto, carregado de dor...o fechar de uma porta é sempre sofrido.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
gostei do texto e da forma que o fez, parabens.
voltarei mais vezes
bjs e bom final de semana
Gostei da cadência narrativa do texto !
O melhor, é fechar a porta, e seguir sem olhar pra trás,
Mesmo latejando!
bjkas
um certo alívio quando fechastes a porta..
bjs.Sol
Uau!
Tão lindo, tão profundo!
Há momentos na vida que são assim, como um soco no estomago, uma navalha na carne...
Ainda bem que passam (como tudo!), e logo o sol volta a brilhar.
Beijos pra você, querida amiga.
Fique bem, fique com Deus.
Cid@
Verso e prosa...
Pra poetas essa fronteira não existe. Você provou isso aqui.
Bjs!
Lindo isso Fátima, um desabafo de todas as nossas bem amadas loucuras.
Adorei!
Beijo e um bom domingo.
"Se não é de um jeito, é de outro!"
Seria a solução do enigma?
Preferir ficar parado/a...
Soa como designo-súdito da Lei da Inércia (de Newton).
Gostei da definição "cabelos cor-da-noite". Aliás, isto aqui achei uma PÉROLA:
"com seus cabelos da cor da noite que me faziam pensar que entre eles corriam todas as linhas de pensamentos nos emaranhados dos fios"
Caminhando e seguindo o coração...
Beijos e boa semana Fátima!!
Dizem: "Os loucos é que são felizes"
Quem sabe esse é o caminho ;)
bjs
São de açúcar os sonhos de uma criança
São de algodão as nuvens que vi esta manhã
São de sal os diamantes do colar que te dei
São verdadeiros os sentimentos que pareceram palavra vã
Uma boneca de olhos que abrem de espanto
Um cavalo de madeira perdido do carrossel
Um cálice cheio de berlindes de vidro
Uma mascara de palhaço pintada a pincel
Um pião que ganha vida
Uma corda para saltar bem comprida
A trotineta jaz num canto partida
Um coração recorda uma dor esquecida
Doce beijo
As nossas emoções são contundentes e loucas ao mesmo tempo, mas devemos viver neste limite saudável. Parabéns poetisa, bjos.
Quando é que conseguiremos elucidar tudo?
Cadinho RoCo
E pelas frágeis linhas dos mistérios vamos compondo muitos caminhos...
Belo texto.
Abraços
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