Refém antigo, velho conhecido das dores artificiais, dos artifícios
carnais.
Dos venenos corrosivos ao sangue, nas veias, injetados.
Das dores por escolha escolhidas, que com o passar dos anos
passam a ser suas, como se tivesse sido assim por toda sua vida.
Velho conhecido dos becos e esquinas, se esquivando da luz,
sempre a meia cara, a meia noite a meia morte.
Velho sujeito, ser adjetivo, "insubstancial", vivo,
substância corrosiva, nociva. E ainda vivo.
Perambulando entre sãos e dementes não sabendo em qual dos
dois fica contente ou ausente.
Sem ser parte de algo efetivo, apenas vivo.
Absurdamente vivo, ínfimo, inflamado fugaz, intrigado com
trincheiras de teias artificiais tão nocivas, tão letais.
Atrás de atrasos de horas, sempre atrasadas, vivente
andarilho, sem presente.
Pescador não de sonhos, mas de ilusões, de efêmeros sentidos,
nunca de verdade sentidos.
Vitima de suas escolhas, refém antigo, tão antigo que se
perdeu no tempo, sem nenhum alento, vivendo assim, um passo a frente um atrás,
e não é dança é atraso.
Com as dores se entende, é delas o tempo todo, já conhece
todas as suas mesquinharias e divide com elas todas as suas agonias. Velhos
amigos.
É objeto, é dilacerante em si mesmo, ser titubeante, indireto,
indigesto
Já foi vida, agora e nada mais que vestígio de alguém que
nunca tenha vivido, uma máscara, quem sabe um feto.
20 comentários:
Texto poético profundo, amiga Fátima.
Um abraço. Tenhas um lindo dia.
Fátima, percebo que suas prosas são vicerais, é navalha na carne, forte e impactante, como se saisse de vc rasgando, e devido toda essa vivacidade textual é que torna a leitura gratificante. Parabéns. Bjos.
Fátima, boa noite!
Totalmente rendida à beleza do que escreve, brilhante!
Beijinho,
Ana Martins
bom é sempre saber que existe pessoas iluminadas quanto vc.seus pensamentos ,seus poemas ,vem de coração.a arte de poetizar so se torna plena quando o coração fala por si.é vc é isso.abraços
o que dizes aqui sinto que foi arrancado do fundo da alma..
pois entrou direto na minha...
parabéns!
bjs.Sol
"Velho sujeito, ser adjetivo, "insubstancial", vivo, " adorei essa frase do texto/poema, tem tantos significados, que por ela passeia o ser subjetivo.
Fátima,penso nesse texto/poema, como uma observação e percepção da solidão consentida.
Parabéns é lindo de ler e sentir.
Saudações!
Mais um belo poema, com garra!
Bom fim de semana
Bjs
Somos todos vítimas das nossas escolhas...
Ou não....
Contudo, não devemos desistir da vida, ser mais que um vestígio...
Texto poderoso...
Gostei muito...
Obrigada pela visita ao meu blog.
Espero que volte...
Beijos e abraços
Marta
Felice giornata per te....ciao
Olá!
Adorei seu texto, cheio de verdades.
Grande abraço
se cuida
Visceral, profundo, denso!
Ótimo!
Palavras que surgem aos borbotões, parecendo agua represada que rompe a barreira trazendo à tona tudo que encobria.....
bjos procê
Seu texto é primordial para uma analise mais completa da vida, você foi fundo na emoção e com muita consistência poética. Parabéns moça, beijos.
forte e intenso..
relendo..relendo..
beijos de carinho.
Fátima,
Um texto poderoso, onde as palavras nuas também nos despem, expondo todas as fraquezas, dilacerando todas as sombras.
Belissima a prosa poética com que te expressas!
Beijos,
AL
Mesmo que eu não tivesse afim de ler teu poema, os primeiros versos me ganhariam: "Refém antigo, velho conhecido das dores artificiais, dos artifícios carnais."
Um poema pulsante, eu diria.
Bjs!
Fátima querida,
Que belo poema, visceral e profundo.
Gostoso de ler, cheio de significados e bordões, adorei viu?
Um grande beijo
.
.
. uma viagem . ao nanossegundo da poesia . pelo interior que é cave e beco . eco .
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. um beijo . fátima .
.
.
Um texto muito forte.
Li, reli e encantei-me.
Apesar de falar de certas dores...
Beijo, querida amiga.
INtenso em sentimentos, amiga ! Beijos, desculpa a ausência.
Muito bom...Espectacular....
Cumprimentos
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