"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Inusitado


Já que brinco com o inusitado,
E assim se chama um dos lados meus
Assim clama todo meu corpo,
quando de mim as palavras querem sair
e andar por terrenos seus...
O deus que agora tenho me olha com gratidão,
O tempo que agora me anda, descansa meus pés ao chão.
Chão que finalmente piso, aliso, deslizo, porque o importante e ir, às vezes vir e noutras ficar
Já que sou o subverso do meu inverso
Então verso, verso me, verso você.
Brinco de ser crente, brinco até de ser carente.
E mais sério brinco ainda, de correntes.
Me prendendo e me soltando em linhas...
S o l t i n h a s
Bem que  sinhá falou que de mim, algo vinha
E veio essa brincadeira de palavras, amarelinha.
Amar é linha.
Linha que choro e sorrio, grito e alivio.
Vida bem vivida, essa vida minha.
E ao final dessa linha, quando tudo parecer que foi dia desses,
E ver brancos meus fios, vou ainda escrever em rios, em riscos e rio, sou água, sorrio.


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Viajante


Uma vertigem, um torpor, por estar só nesse barco, nessa infinitude de água, remando sem rumo, sem tempo determinado para encontrar porto, cais, caos, algo que o caiba.
Com os pensamentos distantes, os sentidos atentos, coisa que, só um viajante solitário consegue, percebendo detalhes que aos outros em terra passa despercebido. Ali em seu pequeno espaço, pode sim abraçar o mundo o espaço, mas o desconforto o acompanha e não é pelo tempo, ou o lugar de aportar, ou por estar a esmo, não.
O que o incomoda tanto assim, é esse navegar em espelho.