Dentro de tua moldura vejo meu reflexo,
Sou tão parecida com ele
Como os dois lados de uma moeda,
Como o côncavo e o convexo.
Em mim vejo a beleza, a coragem e a atração,
Em ti vejo o medo, a insegurança e a solidão.
Luto em mim internamente
Na tentativa de sair do eterno luto,
Em ti o desdém de quem não quer mais lutar.
Procuro a identificação dos meus lados
E o que vejo são as diferenças,
Tão gritantes que assustam.
Em mim vejo a menina em ti vejo a idade,
Em mim os sonhos em ti a realidade.
Identifico apenas a igualdade em nossos olhos,
Não são mais vermelhos; resta apenas a tristeza,
Nesses olhares que tanto presenciaram.
São idênticas. Foram os anos que deixaram
Neles este ar cansado, triste de melancolia.
A dor das dores vivida, sentida e sentenciada.
Mas nem tudo está perdido, a alma em nossos olhos
Está identificada e com o passar dos anos,
E a permissão de novas vidas experimentadas,
O espelho nos trará a certeza
De nossas igualdades emolduradas.