"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Armário do Poeta

Abro uma gaveta.

De repente papel e caneta.

Acentos, vírgulas, pontos.

Palavras e mais palavras

De mim tomam conta.

Assustada, lhes digo - confesso!

E logo vão dizendo, nos libertem.

Perguntam, cadê os versos?


As reticências mostram mais exigências...

Não esqueça os sentimentos,

Todos eles...

Ah! E uma dose de insanidade...

Pra mostrar a verdade.


Uma a uma as rimas vão sendo formadas...

Dizendo, nos una, mas não nos prenda.

E insistem, não esqueça, somos poema


E antes de finalizar, o alerta...

Pode nos usar ao teu belo gosto,

Só nos deixe liberta.


E assim, mais calmas me dizem...

A caminhada é longa

E às vezes incerta,

Mas não pense, apenas sinta...

Não esqueça, és poeta!

Livre

Ah!

Esse espírito aventureiro

Itinerante,

Sem destino

Pelo mundo avante.

Não tente mudar seu rumo

Se tornara errante.

Não tire dele a beleza

Do incerto.

Não mostre o caminho

Deixe-o seguir sozinho.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Amo!

Amo!

O canto da chuva.

O sorriso dos olhos.

O arrepio da alma.

O gosto do proibido.

O sexto sentido.

O sonho não envelhecido.

As noites de sol.

Os poros abertos.

Os dias incertos.

O tremor do lençol.

O descer da subida.

O chegar da partida.

A vida pra ser vivida.


Amo!

Deixar minha alma

Para ser lida.

Limite

Levei minha vida ao limite.

Minha alma à escuridão.

Minha lógica à distorção.

Meu corpo ao abismo.

No extremo entre insana sanidade

Descobri a loucura

Voltei à realidade.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Verdade

Se de mim saem poemas,

Ou algo que assim os lembra

E mero joguete do acaso!

Comigo tudo sempre foi mais intenso,

mais ardente, mais ao descaso.

Chega a ser engraçado, sou ácida, irónica,

Até mesmo displicente.

Mas quando pego papel e caneta,

Meu raciocínio se torna inocente.

Minha lógica vai embora,

O que canto é a verdade,

descarada mente.

Liberdade

Vou...

Saindo do céu da boca

E indo para o céu das estrelas do mar


Colocando...

no ar a falta de ar


Tornando...

paciente a impaciência


Aprendendo...

a resposta sem perguntar


Amando...

Sem a necessidade de estar


Vivendo...

A liberdade no sonhar

Eternamente

É

Ter

Terna

Mente


Éter

Na

Mente


Eterna

Mente.

Presente

O que a vida me deu de presente,

Foi tudo aquilo que eu não tive:

Os beijos que não recebi,

Os amores que não vivi,

As viagens que não fiz,

Os filhos que não contive.

Tudo que a vida me deu,

Que mais prazer me causou,

Foi aquilo que não tive.

Ficou na fantasia no prazer do pensamento,

Apenas uma súbita alegria.

O que a vida na verdade me deu,

Foi o mais importante:

A vida como presente.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Estou diplomada

Na experiência das noites inesquecíveis da adolescência.

Nos dias sofridos da maturidade.

Nas dores marcadas em horas perdidas.

Nos prazeres efêmeros das horas não sentidas.

Na vasta coleção de pensamentos.

Nos desejos não tocados.

Nada além do que sinto será mostrado,

Somente o diploma emparedado na alma,

Da vida em mim tatuada.