"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Reticências...

Em minhas reticências
Lugares de reentrâncias
De infinitos pontos
Desses de se perder.

Entremeios que te prende
Ao tentar me achar
Abstrata como o ar.
Ar que precisas
Mas não pode tocar.

Essa porção minha
Que não vês,
A que mais sinto,
Que mais diz
De meu ser.

Estou justamente
Nas reticências
Que não lê.

domingo, 21 de novembro de 2010

Os sentidos e a verdade

De luz tão intensa
(A olhos nus não vista),
Vista-os de roupa fina
Para não ferir a retina.

De adjetivos únicos
Dito por única voz.
Emudeça, cale
Outra palavra não cabe.

De intrigante sabor
Ao paladar de poucos aceito,
Difícil sorver os goles
Do que arde no peito.

De arrepiar a pele
Pelo excesso de calor,
Retenha os movimentos
Dessa aparente dor.

De inebriante aroma
A opção é respirar
Mesmo querendo fugir
Do incômodo ar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Deixe tudo assim

Deixe tudo assim
Da forma que encontrou.
Só leve contigo
As marcas das unhas na pele,
O gosto na boca,
O suor nas têmporas,
Da vida que se foi.

Deixe tudo assim
Para trás,
Só leve as lembranças
De noites quentes
E agora ausentes.
Do calor na pele
Leve o frio
A angústia do cio.

Deixe tudo assim,
Nessa aparente calma.