"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Boas Festas!!!



Unamo-nos em mãos, em coração,
Em oração, em palavras.
Em nome do pai, para os que crêem.
Em nome do filho, pra os que amam.

Que mais essa passagem de Natal e Ano Novo
De nascimento e renascimento,
Renove-nos em esperanças de continuarmos
A divina comédia humana
Onde nada é eterno*

Que branco sejam, não somente nossas roupas
Mas nosso estado de espírito,
E de todas as cores seja nossa alegria, capacidade,
coragem, vontade e oportunidade de realizarmos tudo o que sonhamos nesse Novo Ano.

Que nossos cantos se unam e sorrisos surjam,
Abraços sejam dados.
E mais uma chama de alegria seja acessa
Na realidade, nos sonhos na vida
No nascer, ser, crescer, eternizar.

Que nossas palavras falem de nossos sentimentos
E possamos estar juntos em mais um ano que se inicia.


À todos que estão comigo desde que iniciei o blog e aos novos amigos que surgiram nesse ano e aos que virão...
Desejo muita paz, alegrias, fé, saúde, prosperidade!!


                      Feliz Natal
                                           Feliz Ano Novo




*Belchior

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Se...

E se não fosse de minhas entranhas
Graça não teria
Se não tivesse doído ao peito
Não aprenderia.

Se não fossem os passos dados
Na areia não teriam ficados.
Se não fosse a distância não haveria lembranças.

Se não fosse noites de sorriso
Não teria conhecido paraísos.
Se não fosse ser inconstante
Não teria ido mais adiante.

Se em mim a dor não ficasse
Não me transformaria.
Não digo que novamente dessa água não beberia
Quando a sede em mim chegasse
E somente nesse lugar achasse.
Seca não morreria
Morreria sim de cheios, mas não de vazios.

Não há calma sem temor
Sem abalos, sem tremor

Se não fosse a chance de tantas vidas,
Não aprenderia onde achar a saída.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Fetiche

A tentação do mistério
Desejo do proibido
Desperta em mim libido,
Quase sem sentido
Em todos os sentidos.

Sussurros no ouvido,
Sede de boca, de beijo.
Salivas profanas,
Profanando o corpo.

Não controlo
Fogo queimando segredos.

Segredos libertos.
Momentos de prazer,
Situações perigosas.
Não confesso.

Não me segure,
Sou água escorrendo
Entre os dedos
Sem controle.

Em certos momentos
Deixo o certo de lado
Meu nome é pecado.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Chuva

Chovia como há muito não chovia, desde muitas noites e dias.
Terra seca, vincada, escassa de tudo de vida do mundo.
De viventes presentes, do amor que um dia se sente, de horas presentes.
Presentes em árvores de natais um dia tidos e tão sentidos.
Como foi sentido aquele dia, como fez sentido, nessa terra fria, terra carente de esperança há pior que isso? Ser carente de esperança, ah, não há!

Cabiam quilômetros desse dia que chovia.
A noite logo se via e a chuva caia, cheiro bom de terra molhada.
E essa terra tão carente, bebia cada gota que ali vinha, se nutria.
E as duas nessa quentura que agora sentiam, em uma única se faziam, eram gotas de alegria, gotas que de terra se coloriam, preenchendo com água, vincos de vírgulas, dando pontos finais no que há muito se estendia.

Demorou, mas dessa vez água a terra veio,
Assim como um atraso de lágrimas...
Chovia, como há muito tempo não se via.
                                        

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu, minha senhora

Ando agora. Apagando com cuidado o quadro negro da memória.
Relendo lembranças, jogando papeis fora.
Em partes de mim que me cabem
Vou dizer todos os nãos e sins mesmo que desagrade
Ando eu agora.
Ando com esse tempo, não o lá de fora
Mesmo nas madrugadas, atenta como o dia
Ouvindo da noite somente o que alivia.
Sem desamarrar o entardecer dos laços,
Sem deixar para traz os mais importantes abraços.
E mais fácil para os pulmões respirar somente o ar de hoje,
Sem me inflar com os porquês de outrora, ou os ansiosos de amanhãs.
Já que vida não tem prazo. Escolho.
No meio de tantos sonhos que se levantam todos os dias
Só quero os desse.
Quero o bom do saber que passei por mim
E que aos poucos fiquei. Eu, minha senhora.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A cor do medo

Poderia ser escuro, negro
Facilmente o veria,
Batalha difícil,
Mas de outras cores o faria.

Poderia ser vermelho
Da cor de sangue
Correndo pelas veias,
Com a adrenalina falaria.

Poderia ser azul
Ao céu o mandaria.
Ou verde
Que na água o misturaria.
Fácil se branco fosse
Em paz o transformaria.

Poderia ser de todas as cores...

Mas é transparente.
É dessa cor vazia
Que apenas se sente.
Qual a cor da coragem mesmo?
E a fé em qual cor está presente?

domingo, 20 de novembro de 2011

Fique em mim

Fique em mim assim
Só por uns instantes,
Somente o tempo de eu chegar...
Desfazer-me do véu
Dar o beijo de aceito.

Fique em mim assim
Deixe o suor sentir,
Deixa a vida se abrir
Deixe o teto mostrar o céu.

Fique em mim assim
Nessa infinitude de instantes
Para que eu possa ver
Só um pouco mais adiante.

Fique em mim assim
Que o mundo se cale
Que só sinos falem
E ouçam meu sim.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Meu eu em mim

Em mim sonho.
Em mim oponho.

Às vezes parto inteira.
Ultrapasso horizontes
Pássaro livre
Atravessando pontes.
Anjo com asa.

Às vezes parto metade.
De frente à realidade
Pé no chão
Horizonte limitado.
Anjo sem asa.

No conflito do eu, comigo
Em incertos momentos
Torno-me meu inimigo.
Às vezes apiedo-me
E dou-me abrigo.

Entre o que sonho
E o que me oponho.
Às vezes sonho contido
Às vezes sonho comigo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dança

Desfaz-se em giros
Rodopiado pelas ruas
Desnudas voltas
Em desatar de nós

E brilha dentro de si sóis
Claridades quentes
Aconchegos
De fases de luas

Em travessuras
De risos leves
O choro de alegria
Que nos poros arrepiam

De inquietantes saias
A rodar palavras suas
A girar poesias nuas

No corpo descompassado
Desequilíbrio de linha
Em compensada calmaria

Um sorriso puro de alegria
É grata a alma
Que sorri e rodopia.

sábado, 5 de novembro de 2011

Ontens

E pego um tanto de ontens
E me debruço com eles à janela
Alguns, estendo ao lado
Molhados de lágrimas,
Deixo-os secarem,
Se evaporam.

Outros tantos comigo conversam,
Absorta sigo seus rastros
Tiram de mim risadas
Um dia já sentidas.

Outros me fazem mais uma vez doer.
Esses me erguem,
Está neles tudo o que me serve.

E há os que não gosto
São nos ontens "de não devia"
Esses, ignoro
Já que passo atrás é impossível.

E depois de quentes pelo sol, alguns tantos
Ainda pego, ponho-os aqui dentro,
E quando os convido para olharem à frente...

Muitos são somente ontens,
Outros em hoje se tornam,
Alguns ficarão em mim amanhã.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Louca

Ela estava especialmente linda
Naquela tarde.
Olhos vidrados,
Meio sorriso fixado,
Cabelos desacordados.

Coração acelerado
Sôfrega respiração
Efêmeros sentidos,
Sentimentos sádicos.

Com um ar sutilmente insano.
Baton vermelho à boca,
Salto quinze,
Lindamente louca.

Tensa, tesa
Querendo...
Febril surpresa
De suas presas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Silêncio

E por vezes
Sinto algo tão somente feito de silêncio,
Como se eterno o silêncio fosse.

Como se não ouvir
Nada do mundo,
Fosse melhor que
Ouvir alguma coisa.

E esse momento de quietude
Trás um instante de mim.
Que deveria um dia ter sido.

E pego esses instantes
E componho meus sentidos
E completo meus sonhos
Que agora se tornam.

E antes que o som volte
Sinto-me.

Torno-me ser aos poucos
Noutras doses de calmarias
Outros silêncios
Em outros dias.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sensatez

Te provo aos poucos
Poucos poros por vez
Afasto-te
Assim não te gasto
Assim não te gosto
E nem desgosto
Te volto
Na saudade
Em mais pedaços
Me satisfaço
Mais nunca ao todo
Nunca de uma vez
Deixo para a volta
Para não cansar
Do desejo meu
Que teu já se fez.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Preciso do que há em mim...

Mudo meus caminhos
Me desfaço do teu sorriso
Ele não me faz sentir possível.

Aquieto-me em silêncio,
Escrevo nas paredes
O que penso.

Piso em chão não mais incerto.
Gosto do gosto do sentir, do verbo
Meu lugar me cabe,
Não são mais ocos os ecos.

Há no espelho imagem
Vejo de céus mensagem
nasci em mim, parto demorado,
tempo necessário.

Nos passos que sempre andei
Foram somente os meus números
que procurei.

Encontro-me,
E me digo...
Eu preciso do que hoje há em mim
Como nunca precisei antes.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Do sentir e da palavra

Transbordo
Sentir,
Pensar,
E por vezes penso
Que falta palavra
Para expressar.

Mas não,
Palavra é farta
Falta guiar sentimento
Por linha certa.

Mas se for somente reta
A palavra perde a sutileza.
Há de ter nos caminhos
Desvios,
Destinos,
Pra dar sentido
E beleza.

E, volto ao ponto de partida
Do sentir e da palavra
Se não há rumo
Não vejo prumo.  
Se, aprumo          
A desconcerto.       

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um amanhã de distância

Preciso ser algo que ainda não sei
Que ainda não sou.
Preciso ir a lugares onde nunca estou
há ali falta, ausência de minha presença,
Preencho-os me preenchendo.

Há passos que já estão marcados
As pegadas estão lá fixadas
São meus números
Preciso pisá-las, vestir-me.

É o amanha está logo ali, tanto que o avisto aqui,
E eu me apresentando somente ontens.

O fio das horas me lembra que logo será manhã
(perto demais para eu conseguir me alcançar)
Preciso de mais tempo
De alguns esquecimentos.

Desfazer-me de ontem.
Desfazer-me de mim.
Preciso de um amanhã com distância de mais dias.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sono (de criança)

Minha palavra está com sono
Distraída com as letras 
Com pontos.... vírgulas,,, e acentos^~´`

Parece ingênua criança que brinca ao jardim,
Pula amarelinha....

                           Pula para outra linha.

Minha palavra está com olhos doces
Em doces sorrisos ☺☺
De boca lambuzada.

Está com corpo de cama
Se espreguiça 
Distraídaaaaaaa, ops.

Desta vez salta...

                            duas linhas

E assim um tanto dormente,
Pelo sono inocente,
Vai brincando com o que sente♥

                                     
À todas as crianças que permanecem dentro dos que me visitam, um feliz dia!


domingo, 9 de outubro de 2011

Talvez desta vez, fale de amor

Não procures o que não tenho
Sentimentos meus são asas que voaram
Para o outro lado há muito tempo,
Não mais me pertencem.

Não me cobres como se eu não soubesse amar.
Amo tanto que o meu amor ultrapassou a linha da vida
E lá esta, a cera das asas ainda não derreteram
Não posso alcançar, não é mais meu.

Não me olhes esperando que olhe teu coração
O meu nem mais está em meu peito.
E não me culpe
Se toda vez que me olhas
Estou sempre olhando para mim,
Nesse meu eu sem fim.

Se não olho teu olhar,
Não é porque não há tempo
É porque não caminham na mesma vida.
É pela distância de cada momento.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Atrevida

É o toque na pele
Os poros dilatados
É o vai e vem da vida
Você ao meu lado
Dia e noite acordados
Nos arrepios dos poros
É fogo fervendo água
Nas minhas secretas maldades
Impudicamente ousadas
É o subir da descida
Se não for assim, não sinto vida
Há de ser atrevida
Se for para acabar contigo
Acabo.
Mas que seja com um gemido.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Às vezes...

Às vezes me quebro inteira
Às vezes só lamento
Durmo dor, acordo sentimento.

Às vezes sinto frio
Noutras me esquento
Durmo fora, acordo dentro.

Às vezes desfaleço
Às vezes ressuscito
Durmo morte, acordo vida.

Às vezes elas fracassam
Eles me são alívios
Durmo lágrimas, acordo sorrisos.

Às vezes muitas me cansam
Às vezes dou-me colo
Durmo tantas, eu acordo.

Às vezes cometo pecados
Noutras me reparo
Durmo corpo, acordo alma.

Às vezes morro nas linhas
E renasço nas entrelinhas
Durmo palavras, acordo poesia.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tecido

Em varal estirado, de arame farpado.
Rasgado aos poucos, retalhos.
Dividido em espaços.

Aos quatro cantos pousam os trapos
Tecido de algodão...
Embaraço,
Tentando juntar pedaços.
                                 
Pedaços de linho
Desfeitos, fiapos
Fragmentos pelo caminho

A vontade de pano,
Novamente ser.
Desfazer nós.
Novamente tecer.

Em máquina que pulsa, fiar.
Montar a trama, refazer a teia.
Prover fios para aquecer.
Tecido apenas ser.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Horas distraídas

Deitada no tempo
Na distração das horas paradas.
O presente oprimido
me pergunta...

E esse tempo de antes
que passa o tempo todo
no dia inteiro do hoje.
E esse que vem depois
que se une em cumplicidade
com o anterior.
E para não me deixar esquecer nunca?

sábado, 24 de setembro de 2011

Despir-se

Aprisiona a essência.
Em nome do efêmero do corpo
Do fulgás do mundo.

Veste-se com roupas que não lhe cabem,
Pés aprisionados, desconforto indesejado,
Escolhe uma mascara para mais esta farsa.

Ri como se houvesse graça,
Se esforça para sentir o porquê de estar ali
Vazio por dentro, mero passatempo.

E, dentro em silêncio.
Os gritos lhe falam ao ouvido
Está tudo errado
Sem sentido.

Nessa fração de segundo que sente do mundo.
Ouve o próprio coração e canto
Entende o porquê de tanto desencanto.

Caminha em direção ao ar
Precisa respirar.
Despe-se de tudo, joga máscara ao vento
Chama do âmago um sorriso
Livra-se de todo os artifícios.

Há ainda um incômodo febril.
Faz uma oração em silêncio
Aproxima-se do que há de céu dentro de si.

E percebe a alma esta vestida.
Desnuda-a. Desnuda-se.
Sente-se verdadeira
Sorri serena, enfim.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Estreitos

Havia um veio de rio
Entre aquelas colunas.
Havia uma fina veia
Entre as lacunas.

Havia noites eternas
Sem dias.
Dias que eram noites
Constantes.

Pensamentos vagos
De meras vogais e consoantes.

Havia um espaço
Menor que o desejado,
Fazendo com que sentisse
Pés e mãos calejados.

Apertar-se entre os apertos
Era preciso.
Nesse fluxo resumido
Sem noção e sem sentido.

E não havia outro jeito, senão,
esperar esses estreitos
Bombearem sangue no peito.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Única(s)

Apesar de
meu olhar introspectivo
com o mundo.
Sou tantas.

E nesse ser, de tantas,
Preciso me espalhar
De forma bela, torta,
certa, errada,
de mentira, de verdade
Não importa.

Apenas sentir-me; vale.
E são nelas
Nas palavras
Que me jogo

Ben vindas
Tantas vezes ditas.
Dito os mesmos
sentimentos meus.
E sempre tão diferentes.

Assim como os arrepios,
Que a cada vez me parecem
únicos.

Transparecer-me.
Para ser!
Sim.
Senão alguma de mim
Me mata.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Silêncio ruidoso

Não venha me dizer
Para dividir vida contigo,
Minha solidão me basta
Já me ocupa muito espaço.

Não te quero preso...
Dentro da minha liberdade
Dentro da minha idade
Do meu silêncio.

Desse meu silêncio
Que é mais ruidoso
Que minhas palavras.

Não o divido
Ocupo tempo demais...
Comigo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Na Janela

Se penso que observo, me engano,
Vejo o tempo atento me olhando,
A vida me observando,
A luz e a escuridão cada uma em sua vez,
Vendo minhas marcas,
Uma observa outra oculta.
A poluição me vê cegando.
Me olham, somente mais uma.
Em lentidão oposta as suas velocidades.
E o tempo diz
Vai ficar ai quanto de mim, mais uma década?
E eu ignoro o tempo.
E a vida pergunta, sou assim para você?
Acho-te sem graça.
E não há movimento meu, nessa silhueta.
Eu não posso olhar os que me olham
Estou muito ocupada me observando por dentro,
Perdendo fora de mim vida e tempo.


                                 ***
Saudades de todos!!!