"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

quinta-feira, 29 de março de 2012

Reza profana

Sou o fim do terço                                        
Na momentânea satisfação
De santidade.

E ao findar
Restam duas partes
Onde o pecado reside
Insatisfeito
Vejo-o rindo,
De deboche!

[Santificastes?
Que bom!
Venha aliviada
Tem mais dois terços de pecados.]
   
E rezo mais três terços
Aflita!
E ao findar...
Quanta maldade!
Aparecem seis partes.

E nessa equação de terços culpados
Confesso! Se, rezo tanto
É porque não resisto ao pecado.


14 comentários:

Artes e escritas disse...

Importante é que você permaneça na fé. Um abraço, Yayá.

AC disse...

O sentimento de culpa é um espinho cravado na garganta da civilização ocidental.
(Poema bem engendrado, Fátima!)

Beijo :)

eder ribeiro disse...

Já dizia o saudoso Renato Russo, pecado é provocar desejo e depois renunciar. Bjos, querida Fátima. Bom finde.

Jorge Leandro Carneiro disse...

A culpa é tão grande quanto pequeno for o êxito do ato cometido.

Suzana Guimarães disse...

A sociedade usa a culpa para dominar, principalmente os "criadores" das religiões. Existe culpa, existe pecado, existe crime. Mas, eu pergunto: quem pode julgar ao certo?

Ótimo e original poema!

Suzana/LILY

Fátima disse...

A culpa é tão grande quanto a vontade de cometer o pecado.
Eu me diverti criando esse poema..rs

Beijo meu a todos

Miksileide P disse...

"Nos redemos ao pecado igual criança diante do doce. A reza pro alivio, com o gosto ainda na boca..."

Sopros mundanos...

A.S. disse...

Ah!... Doce pecado!...


Beijos,
AL

Anônimo disse...

rs....

[ainda morri disso]


beijo

. intemporal . disse...

.

.

. entre.o.sagrado.e.o.profano .

.

. deixo votos de uma Páscoa feliz e amplamente renovada .

.

. e o meu beijo de sempre . amigo e ternamente sentido .

.

.

MARILENE disse...

Amei seu poema. O profano não está na reza (rss), mas na consciência de que o pecado espera. E ele não sente culpa.

Bjs.

Moran, andarilho disse...

Querida Fátima, estamos de volta. E não poderia deixar de passar aqui. No que sou brindado com seu extremo lirismo, nas equações que somadas se multiplicam em versos e sentimentos. Rica poesia, dotada de sensibilidade e possibilidades. Do entendimento do pecado e do santificado, do divino e do profano que há em todos nós, mas sobretudo do amor. Ótima semana pra ti. Abraços do amigo, Moran

Fernando Santos (Chana) disse...

Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Ale disse...

Essa reza é boa demais da conta,