"Eu não escrevo poesia, não escrevo poema. Eu só desnudo minha alma." Fátima Amaral

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sonhos Perdidos



Que bom seria que os sonhos perdidos fossem aqueles das noites não dormidas, aqueles que ao invés de sonhos, são pesadelos ou até mesmo aqueles que vendem em padarias e quando queremos não tem mais.
Não! Os sonhos perdidos que me incomodam são aqueles que fazem parte de estatísticas, de cálculos, contas e gráficos que, de nada adiantam, porque não voltam mais.
São os sonhos de famílias destruídas por acidentes de trânsito, quebrando uma aliança, quebrando um pai, uma mãe, um filho. Deixando aqui alguém com os planos e sonhos perdidos.
         Aqueles das crianças que vivem em orfanatos, que perdem a infância sonhando com o que deveria ser óbvio o direito de terem pais. Das crianças abusadas, maltratadas por maníacos, psicopatas, desalmados (leia-se monstros, mas não aqueles de historinhas infantis).
Os sonhos perdidos de famílias inteiras destruídas pelo uso de drogas de alguém da família, sendo ele o menos sonhador. É o que mais sofre, porque até descobrir que tem uma doença e não somente uma “viagem” demora anos e dá-lhe destruição de sonhos pessoais e de todos ao seu redor.
Os diversos sonhos de amores perdidos; Shakespeare teria muito que escrever. Um Romeu e Julieta à cada esquina.
E o seu sonho perdido qual seria? Eu tenho alguns, mas não voltam mais, perderam-se nas estatísticas.
Mas pior ainda que ter os sonhos perdidos, porque se perdemos uns, outros nascem (temos essa capacidade de nos reconstruir). O pior é isolar-se da realidade, do mundo, viver à parte como um fantasma de si mesmo e perder a beleza do sonhar. O pior é não sonhar! Não sonhar é perder a vida.

                                                           


                                                                         (talvez.... uma crônica)

10 comentários:

"(H²K) 久保 - Hamilton H. Kubo" disse...

Bom dia Fátima, ótima crônica.
De fato os sonhos são despedaçados a cada dia, são ele dilacerados, arrancados ou simplesmente sufocados como bem exemplificou.
Do que seria a vida sem sonhos, do que seria galgar a cada dia se na verdade galgar não seria por conta de não ter um sonho que o manteria?
Nada se faz sem sonhar, mesmo que perdido um dica caído em estatistica, cabe saber que sonhou, e com o amanhecer um novo sonho poderá nascer.

Linda a mensagem, verdadeira.

Beijos!

Emilene Lopes disse...

Sonha é preciso!
Bela crônica, meus parabéns, vi tua alma na escrita.
Bjs Fátima!
Mila Lopes

Daniel Costa disse...

A crónica seria interessante se apenas referisse sonhos não vividos, mas com a possibilidade de recuperar outros mais além. Mas há sonhos que se tornam pesadelos irrecuráveis, vidas ingloriamente perdidas. No que devia ser apenas paraiso, existe um vale de lágrimas.
Beijos
Daniel

Eraldo Paulino disse...

õ, Fátima... que belo desfile pela passarela das lindas palavras...

Sonhos e lágrimas são semelhantes, não acha? fruto de uma emoção fuerte... sempre

bjs!

:: Mari :: disse...

Concordo,
Não sonhar é perder a vida.

Bela crônica, alguns trechos já fizeram parte da minha vida. Mas que não me fizeram parar de sonhar.

Bjão querida

legalmente loira... disse...

oi fatima,
Mais uma vez, uma excelente escolha.
linda cronica!!
agora sera que entendi direito eu vivo a sonhar é necessario faz muito bem para tudo.
adoro suas vistas e adoro você linda morena.
beijos com carinho.
eu ja apaguei o outro recadinho esta bem rsrsrs

Cia. De Teatro Atemporal disse...

Olá, Fátima;

Belíssima crônica!

PARABÉNS!

Que DEUS continue lhe capacitando dia após dia!

Receba um beijão da Cia. De Teatro Atemporal!

Clemente.

Nilson Barcelli disse...

"O pior é não sonhar! Não sonhar é perder a vida."
Excelente, querida amiga. Sonhos perdidos... leva-os o vento.
Parabéns por este post.
Beijos.

Socorro disse...

Quantos sonhos perdidos eu tive. Um amor, um sobrinho que se foram sem eu poder salvar, para dar continuidade ao meu meio de vida.
Linda postagem, beijos...

afonso rocha disse...

Sonhar é URGENTE!!!
Excelente crónica, Fátima.
beijo, menina